sexta-feira, 23 de julho de 2010

Fundamentação e objetivos do LAPIS

Fundamentação teórica:
O nome de laboratório refere-se ao fato de que a ação-reflexão-ação ali realizada não poderá dar conta de todas as questões, mas que estaremos trabalhando para a construção de uma cultura da problematização e intervenção. Por laboratório entende-se labor, trabalho. Estará em permanente construção, retroalimentando-se das avaliações de impacto socioambiental.. Os pressupostos epistemológicos e metodológicos são inspirados na tese de doutorado da coordenadora. Esta desenvolveu um modelo conceitual para a configuração do pensamento sistêmico e da resolução de problemas socioambientais, que chamou de Mandala Reflexiva - MR (Machado, 2009).
Trabalha-se com uma abordagem sistêmica que segundo a autora envolve os princípios de sistemas, a teoria da ação comunicativa e a interdisciplinaridade. Por isso a diversidade e a divergências serão bem-vindas à luz da sinceridade e da compaixão filosóficas. MR é uma ferramenta, diagrama heurístico ou modelo conceitual (heurístico), produzida durante a pesquisa de doutorado de Machado (2009), para a organização e auto-organização da construção e produção de conhecimento sistêmico. É um modelo conceitual para a configuração do pensamento sistêmico e da resolução de problemas socioambientais. Nomear de configuração (Arnheim, 2005) sugere que existem condições para que determinada situação seja oportunizada e que a sua permanência vai depender da dinâmica entre as variáveis (objetos e ações) do sistema que se quer modelar, ver ou intuir, e da estabilidade alcançada por elas.
A ação de intervenção precisa estar atenta a tal configuração. Configuração traz a idéia de movimento, de dinâmica seja na aprendizagem, seja no pensamento, seja no conjunto de idéias que se esteja reunindo para construir um conhecimento. Este conhecimento por sua vez, a partir desta idéia, estará sempre em processo de atualização. Pensamento Sistêmico é a organização e auto-organização, configurações mentais (Machado, 2009), conscientes ou inconscientes, de domínios e conexões conceituais, baseadas em aprendizagens comportamentais, informacionais e representacionais. São configurações mentais, forjadas pelas interações psíquicas e sociais, necessárias para a resolução de problemas simples e complexos. O nível crítico destas configurações, segundo Machado (2009), poderá ser percebido pelo pensador e seus interlocutores a partir dos níveis de clareza, profundidade e amplitude, quando o pensador heurístico empenha esforços na elaboração de leituras e interpretações do mundo e seus processos sistêmicos.
Resolução de Problemas Socioambientais é nomeado como o processo de interação individual e coletiva para a Identificação, problematização e apresentação de propostas de resolução para problemas socioambientais, assim reconhecidos pelos envolvidos na dinâmica do problema em questão. (Reigota; Pozo & Echeverria; Habermas; Heller; Certeau; Beeghley; Dewey; Odum & Barrett; Morin; Bazarian; Machado).
Segundo Machado (2009) pode-se considerar 3 princípios básicos para a configuração da resolução de problemas socioambientais. São eles:
a) princípios de Sistemas,
b) a Interdisciplinaridade e
c) a Ação Comunicativa.
Conhecimento Sistêmico é construído a partir do domínio conceitual e conexões conceituais contextualizados, isto é, próprios do sujeito e do grupo de interlocução espacial e temporal; é um conhecimento coletivo; é dinâmico, histórico e inconcluso. É evidenciado pela clareza, profundidade e amplitude com que é construído e explicitado. À Educação Ambiental – É a explicitação comunicativa das configurações do pensamento sistêmico sincronizadas com a resolução de problemas socioambientais.
Objetivos do LAPIS:
a) Integrar e divulgar pesquisas e pesquisadores interessados na resolução de problemas socioambientais locais;
b) estruturar o ensino e pesquisa em graduação e pós-graduação - conteúdo e forma - sobre questões ambientais locais;
c) desenvolver seminários de práticas de pesquisa;
d) desenvolver e aplicar modelos conceituais para a prática de pesquisa, problematização, intervenção e avaliação de impacto socioambiental;
e) realizar e divulgar o mapeamento das pesquisas sobre problemas socioambientais locais, em andamento e já realizadas pela Furg e outras instituições;
f) construir um espaço - físico, crítico e criativo - de discussão sobre a identificação de problemas socioambientais locais;
g) organizar as discussões a respeito de problemas socioambientais identificados pelos integrantes e convidados do LAPIS;
h) promover ações de intervenção socioambiental local com os associados do LAPIS;
i) publicar as pesquisas, as atividades e impactos ambientais promovidos pelo LAPIS.

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